Toma posse Conselho do Mosaico do Espinhaço
Criado por portaria do Ministério do Meio Ambiente no mês passado, o mosaico é fruto de cinco anos de trabalho do projeto "Espinhaço Sempre Vivo", uma parceria da CI-Brasil, Instituto Biotrópicos e Fundação Biodiversitas

Belo Horizonte, Brasil, 17 de dezembro de 2010 —

No dia 20 de dezembro, a partir das 17h, acontece a solenidade de posse do Conselho Consultivo do Mosaico de Áreas Protegidas do Espinhaço: Alto Jequitinhonha - Serra do Cabral. A constituição do conselho é um dos resultados do projeto "Espinhaço Sempre Vivo", organizado pelo Instituto Biotrópicos, Fundação Biodiversitas e Conservação Internacional (CI-Brasil). O projeto foi lançado em 2005 com a intenção de subsidiar a implementação da Reserva da Biosfera do Espinhaço, título concedido pela Unesco à região naquele mesmo ano.

"A posse do conselho é o reconhecimento por parte do governo do esforço empregado nesses cinco anos de projeto para a implantação de um modelo de gestão integrada das áreas protegidas do Espinhaço. Já previsto pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), esse modelo envolve questões complexas de desenvolvimento regional de comunidades, conservação da biodiversidade e regularização fundiária", afirmou Joaquim de Araújo Silva, diretor-executivo do Instituto Biotrópicos.

O mosaico do Espinhaço abrange uma área com cerca de 910 mil hectares, onde estão localizadas importantes unidades de conservação como o Parque Estadual do Rio Preto e o Parque Nacional das Sempre-Vivas. Trata-se de uma região detentora de rica diversidade sociocultural e de extrema relevância biológica, marcada pela variedade de ambientes e pela concentração de um dos mais importantes centros de endemismo de espécies de plantas da América do Sul.

O projeto "Espinhaço Sempre Vivo" representou um amplo esforço que mobilizou diversos atores de vários segmentos sociais de 14 municípios da região do Vale do Jequitinhonha (MG), e teve por objetivo geral reunir as informações existentes sobre a biodiversidade ao longo de toda a Cadeia do Espinhaço (divisora dos biomas Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga).

Como um primeiro passo do projeto, foi elaborado um banco de dados sobre a biodiversidade da região, que contou com a contribuição voluntária de quase cem pesquisadores, quando foram identificados as principais ameaças e o status de conservação da região. Em 2006, foi organizado o workshop "Diagnóstico do status do conhecimento da biodiversidade e da conservação do Espinhaço", a primeira reunião de especialistas para discussão de estratégias de conservação com um enfoque exclusivo na Cadeia do Espinhaço.

A publicação científica Megadiversidade, da Conservação Internacional, dedicou uma edição ao seminário. Clique aqui para acessar o conteúdo do volume.

Com base nos resultados tanto do workshop quanto do banco de dados dos pesquisadores, foi elaborado um modelo de gestão de mosaico de unidades de conservação para a região que será acompanhado pelo Conselho Consultivo. A nova gestão visa a implantação de modelos sustentáveis de desenvolvimento regional, atrelando a proteção da biodiversidade com a defesa e amparo das culturas humanas locais, que também são muito diversas. No mês passado o Ministério do Meio Ambiente lançou portaria oficializando a criação do mosaico.

Durante a posse do Conselho Consultivo também será apresentado o livro ‘Mosaico de Áreas Protegidas – reflexões e propostas', uma parceria do Ministério do Meio Ambiente do Brasil e do governo francês para estimular a implantação do modelo de gestão de mosaicos de unidades de conservação.

Para mais informações sobre o evento contatar:
Instituto Biotrópicos
Rua Rio Grande, 219, CEP: 39100-000
Centro, Diamantina, Minas Gerais, Brasil
Telfax: 55 38.3531-2197

Fonte: Conservação Internacional Brasil, 17 de dezembro de 2010
Imagem: Serra do Cabral, por Henry Yu
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