Mata da Baleia é aberta à visitação pública
A natureza está bem mais próxima do belo-horizontino do que se possa imaginar. Uma extensa área de mais de um milhão de metros quadrados, aos pés da Serra do Curral, a cerca de dez quilômetros da Praça 7, serve de refúgio para várias espécies de mamíferos e aves ameaçadas de extinção, além de mananciais e uma flora exuberante.

Criado há 22 anos, o Parque Estadual da Baleia acaba de ser aberto à visitação pública, por enquanto, para pequenos grupos. A médio prazo, a área deverá receber melhor infraestrutura e até mesmo equipamentos para prática de arvorismo e tirolesa, o que possibilitará a obervação da natureza por ângulos diferentes.

Segundo o gerente de relações institucionais do Hospital da Baleia, Paulo Carvalho, a meta de oferecer novas opções de turismo de aventura será viabilizada com a participação direta da iniciativa privada. Além disso, a instituição está firmando parcerias com universidades para aprofundar os estudos das espécies nativas.

Referência em tratamentos complexos, como tratamento de câncer infantil, cirurgias de alta complexidade, como redução de estômago e de fissuras labiopalatais, o Hospital da Baleia poderá garantir renda extra com a exploração turística da mata.

Atualmente, 90% do atendimento é reservado a pacientes do SUS, mas a excelência da instituição vem despertando, em linha crescente, o interesse de planos de saúde.
A ideia de oferecer à população mais essa opção de lazer, segundo Carvalho, veio à tona há dois anos.

Ele conta que, em meados de 2008, equipes internas da instituição começaram a formar grupos para fazer caminhadas na mata virgem com o intuito de promover a preservação ambiental. Desde então, a aventura passou a ser periódica e acabou chamando a atenção. Com a avalanche de solicitações de visitas, a saída foi aceitar visitantes externos, desde que os horários de grupos fossem previamente agendados.

Por enquanto, os visitantes têm a oportunidade de caminhar numa extensa trilha, de 2 quilômetros, batizada de Trilha da Solidariedade, cujo percurso começa na sede do hospital e termina no Pico Belo Horizonte, também conhecido como Pico das Antenas.

Do alto de seus 1.400 metros é possível observar toda a capital, até mesmo a Cidade Administrativa, na Região Norte. A área apresenta formações nativas de floresta estacional, semidecidual e floresta ciliar, além de cerrado, campo cerrado e campo limpo.

"Passeio proporciona visão deslumbrante"

O segurança patrimonial e guia oficial do parque, Rogério Souza, 41 anos, que desbrava o parque há pelo menos 14 anos, afirma que os integrantes dos poucos grupos que se aventuraram pela trilha do Parque Estadual da Baleia concluíram o percurso boquiabertos. "Além do clima ameno, o passeio proporciona uma visão deslumbrante, permite uma integração sem igual com a natureza e, do alto dos mirantes, pode-se observar o contraste entre o verde e o concreto", diz.

No percurso, com sorte moderada, afirma ele, pode-se avistar algumas das 188 espécies de aves já catalogadas, sendo que 11 constam de listas de espécies em extinção e três são encontradas apenas na Mata da Baleia: tesourinha-da-mata, bandoleta e campainha-azul. Há também pequenos mamíferos, como gambás, tatus, micos, quatis e furões.

Área abriga pelo menos cinco nascentes

Importante cinturão ecológico, a área verde faz divisa com os parques da Mangabeiras, Paredão da Serra do Curral, Fort Lauderdale e com a Mata do Jambreiro, no município de Nova Lima. A Mata da Baleia abriga pelo menos cinco nascentes, além de espécies de árvores nativas, algumas em extinção, como a caviúna e braúna e medicinais (canela-de-ema, bolsa-de-pastor e pau-santo, barbatimão).

Entre frutos silvestres, murici e gabiroba, além de árvores nativas como ipê-amarelo, jacarandá, cedro, jatobá, jequitibá, capim-flechinha e sangue-de-cristo.

Nota: A assessoria de comunicação do Hospital da Baleia informa que as trilhas promovidas pertencem a Mata das Baleias e não ao Parque Estadual de mesmo nome gerido pelo IEF.

fonte: Jornal Hoje em Dia, 18 de agosto
foto: recorte de imagem aérea do Google Earth
............................................................................................................................................................................................................................................